quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Assim como o Sol é eclipsado quando as condições são corretas, assim também nós somos afastadas da luz para olharmos para as sombras.



ATRAVESSANDO A ESCURIDÃO DIVINA
23/24 de Outubro de 2014: 
Eclipse Solar em Escorpião em conjunção com Vênus e Pallas
Sarah Varcas 21 de outubro de 2014

O Eclipse Solar, acompanhado por Vênus de um lado e o asteróide Pallas do outro, ocorrerá às 09h45minh GMT de 23 de outubro,
no 1º grau de Escorpião.
Este eclipse parece paradoxal, pois embora signifique um impulso poderoso para o interior em busca de respostas, forçando-nos a olhar sob a superfície higienizada de nossas vidas à procura de verdades mais profundas e penetrantes, ao mesmo tempo faz isto de tal forma que essa jornada pode ser agradável em vez de assustadora, produtivamente criativa ao invés de destrutivamente confrontadora.
Seja o que for que precisamos encontrar nas sombras deste eclipse, poderemos fazê-lo sem que sua revelação nos destrua ou interrompa nosso progresso atual.
Desta forma, este eclipse chega como uma dádiva, mesmo que seus frutos imediatos consistam em um despertar para tendências mais sombrias e perturbadoras de nós mesmos.
Como mencionei, o asteróide Pallas se alinha com este eclipse. Pallas é a rainha guerreira e o árbitro da justiça.
Luta pela igualdade e defende o equilíbrio; procura a totalidade em vez da polarização, e a honestidade ao invés do acatamento a uma ordem imprecisa, mas aceita mais amplamente.
Pallas em Escorpião nos lembra que todos nós temos cantos sombrios onde monstros espreitam, mas os conhece como nossos lugares mais criativos e fontes mais profundas de sabedoria.
Negligenciá-los simplesmente nos deixaria meio adormecidos e enfraquecidos, como um rádio mal sintonizado, cheio de estática e interferência.
Pallas nos oferece uma visão interior aguçada e coragem para usá-la.
Ela não recua diante do nosso território interno sombrio e gelado devido à nossa negligência. Simplesmente observa o que encontra, toma conhecimento disso, aceita-o e reconhece que ele faz parte de um todo maior que é suficientemente amplo para conter todas as coisas sem se despedaçar sob o peso do paradoxo.
Ela conhece a criatividade que existe no âmago da dor, o renascimento na essência do trauma, a integridade no centro da raiva.
Ela ama estes nossos aspectos.
Eles são o combustível que ela usa em sua jornada para a integridade e autenticidade.
Sem eles, não seríamos nada.
Enquanto Pallas nos pede para entrarmos no labirinto do nosso mundo interior, Vênus nos garante que a viagem pode ser confortável, independentemente do que encontremos lá.
Se temos tendência a evitar a auto-análise, se o reconhecimento da nossa tristeza, do nosso medo, raiva, dor geralmente é demais para nós, Vênus toma nossa mão agora e nos encoraja a confiar nela, pois estamos seguros em sua companhia.
Vênus em Escorpião conhece as profundezas e ama a vida que lá existe.
Ela aprecia o jogo das sombras na luz, a atração impaciente pelo desconhecido, a sedução das paixões proibidas e a excitação do mundo das penumbras, onde a segurança encontra o risco e este último vence.
Ela é uma amiga querida para nós agora, levando-nos para dentro da escuridão com um sorriso sábio e num galope descontraído.
“Não há nada a temer”, ela sussurra, mesmo quando apaga a única chama que tínhamos para iluminar o caminho.
Entre Vênus e Pallas, estamos seguros nos braços do sagrado feminino, extasiados com as diversas faces da Mãe Divina.
Neste eclipse, encontramos a face destruidora de Kali, a compaixão de Kwan Yin, a pureza de Mãe Maria e o autocontrole de Maria Madalena.
Quando a luz do Sol for eclipsada pelo escuro da Lua, poderemos nos deixar escorregar para dentro desses mundos inferiores como se estivéssemos entrando num banho morno, cheiroso e convidativo, que nos pede para relaxar, deixar ir e receber.
Enquanto estes corpos celestes se alinham para marcar este momento do tempo, a Lua Negra Lilith faz parceria com Júpiter em Leão, um casamento da luz com a escuridão, que gera a completude.
Não podemos ter uma sem a outra, no entanto geralmente nosso maior bloqueio para vivermos plenamente e sem trapaças é o medo do que poderá surgir do escuro, se assim fizermos.
Este eclipse nos pede para abandonarmos o medo, permitindo um conhecimento maior de tudo o que somos; e para reconhecermos o poder das nossas emoções e desejos, a própria natureza do nosso ser.
Ele nos pede para olhar, ouvir, sentir a escuridão e assumir como nosso o que encontrarmos lá e não expulsá-lo como um intruso que invade nossa pureza e paz.
A escuridão não destrói a luz, ela a emoldura e lhe dá forma.
Assim como o Sol é eclipsado quando as condições são corretas, assim também nós somos afastadas da luz para olharmos para as sombras.
Se assim fizermos, quando a luz retornar, enxergaremos o que se encontra lá com um novo olhar e com um coração valente, sabendo que luz e escuridão, certo e errado, bem e mal, acabam todos se fundindo num só, que é todos eles e nenhum - e que está além de palavras que possam testemunhá-lo e de mentes que possam compreendê-lo

© Sarah Varcas
Tradução de Vera Corrêa veracorrea46@ig.com.br
www.futurodanovaterra.blogspot.pt

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