segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O CAMINHO SE FAZ NO CAMINHAR


Adquirir um estado de serenidade, equanimidade e equilíbrio é sempre uma questão de treino. Eis a práxis da atenção e da consciência. Consciência é estar ciente de si.

A prática da serenidade é uma oferta generosa do próprio viver pois a oportunidade de treino se apresenta a todo o momento em nossas relações e cotidiano.

Cada irmão(ã) ao nosso lado é nosso mestre, nosso treinador, neste sentido. Mesmo nosso aparente inimigo ou adversário é nosso mestre e precisa ser amado e reverenciado como uma oportunidade de treino de nossa mente.

Tal prática se faz num ambiente que lhe é oposto. Não se pratica a serenidade na paz, antes na confusão. Da mesma forma que a ordem só é praticada a partir do caos. Da confusão pode surgir a fusão, a união com o divino em nós. A confusão é o estado do ego, da mente identificada consigo mesma.

A serenidade é uma prática que exige o seu oposto, é dialética.

Nossa mente comum precisa de ordem, os pensamentos na mente comum e sem treino se dão de forma caótica.

Pare por uns instantes. Observe sua mente. Quantos pensamentos atravessam o espaço da mente? Quem pensa? Por que pensamos independente de nossa vontade para tal? Por que temos dificuldade em nos concentrar? Conseguimos ficar em paz e em silêncio com nós mesmos?

A própria mente é o espaço de prática inicial para a serenidade, é o nosso ambiente interno que o espírito precisa organizar para poder expressar-se em toda a sua plenitude.

Nossa casa física é o ambiente externo onde moramos. A mente é o ambiente interno onde residimos em tempo integral.

A mente é como a casa do espírito, precisa ser limpa e organizada, decorada e enfeitada, precisa ter espaços e ser bem ventilada.

Uma casa sem ordem, sem paz, sem limpeza, onde qualquer um entra e sai é a condição da mente comum. Para que a mente se torne uma casa adequada para viver ela precisa da prática da serenidade, da atenção, da meditação e da presença no aqui e no agora.

Uma mente desorganizada reflete-se num comportamento caótico, inquieto, angustiado.

A realização da enteogenia exige ordem na casa interior que é o templo do Divino em nós. Enteogenia é estabelecer-se em Si mesmo, manifestar a Divindade em nós, o Eu Sou.

O uso de plantas de poder é uma ferramenta dentro da Enteogenia. A Enteogenia não se baseia apenas no uso de plantas de poder, pois a auto-realização de sua própria Divindade exige uma disciplina, um método e um conjunto de técnicas comportamentais que levam a serenidade da mente e ao crescimento gradual de nossa energia interior que nos permite lograr não apenas um eventual estado xamânico ou enteôgenico de êxtase mas alcançar o objetivo maior de alcançar o estado desperto, o estado búdico, o estado crístico, o estado permanente de união e de ioga com a nossa Divindade interior.

Precisamos, sobretudo, incorporar a nós mesmos, o nosso Eu Superior. E o caminho para tal é o treino da mente que o Mestre nos oferece generosamente a cada instante, basta que mudemos a nossa visão de mundo e percebamos que a nossa própria vida é o nosso campo de treino e todas as pessoas que dela fazem parte são nossos gurus, encerrando lições preciosas que se bem aproveitadas nos levarão a tão aspirada serenidade, equanimidade e equilíbrio em todas as esferas da existência.

http://pistasdocaminho.blogspot.pt/2015/09/reflexoes-enteogenas.html

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