quinta-feira, 5 de novembro de 2015

...O Liberado Vivo não tem discípulos, o Liberado Vivo não tem organização. Ele não se sente responsável pelo que quer que seja ou quem quer que seja...

Rendo Graças ao autor desta imagem









Como reconhecer
um Liberado Vivo?


Bem amado, embora eu já tenha, em parte, respondido a essa questão,vou, então, completá-la.

Você não pode servir-se de qualquer das ferramentas conceituais ou perceptuais ligadas ao reconhecimento eventual de um Liberado Vivo.

O Liberado Vivo não tem discípulos, o Liberado Vivo não tem organização.

Ele não se sente responsável pelo que quer que seja ou quem quer que seja.

Ele é o que ele é, ele fala ou faz silêncio.

Em todo caso, ele não leva a lugar algum, ele não leva a lugar algum quem quer que seja.

Ele está aí, simplesmente, no silêncio ou nas palavras, ele transmite o que sai dele, sem refletir, sem pensar.

Ele é, ele mesmo, liberado, verdadeiramente, de toda imposição, se não são as imposições desse corpo que ele habita, ainda.

Ele em nada crê, ele nada impõe, ele nada demonstra.

Ele é liberado de todo discurso organizado.

Ele é liberado da maior parte das referências que vocês encontram nas religiões, quaisquer que sejam, mesmo se ele possa apoiar-se em elementos presentes em algumas.

O reconhecimento do Liberado Vivo para nada lhe serviria porque, se você mesmo não é liberado, como você pode pretender, mesmo, reconhecê-lo?

O Liberado Vivo não é mais desse mundo e, no entanto, ele ainda está nesse mundo.

Ele não conhece mundo algum.

Ele a nada mais aspira do que ser o que ele é, com esse corpo ou sem esse corpo.

Ele tem, sobretudo, o espírito de uma criança, ele não se leva a sério, porque esse mundo não é sério.

É claro, ele nada procura, nem a gratidão nem as recompensas nem a satisfação de que quer que seja em relação com esse mundo.

Ele pode, mesmo, ter atividades absolutamente comuns e banais, ou, mesmo, muito simples, quer seja ao nível de uma vida familiar, se ele tem uma, quer seja ao nível de uma atividade profissional, qualquer que seja.

Isso nada muda no que seu corpo realiza nesse mundo, em função do que a vida propõe a ele.

E, sobretudo, ele nada espera, ele nada anseia, ele permanece impertubável, o que quer que se desenrole na tela da consciência limitada, tanto para ele como para cada outro.

O Liberado vivo pode deixar traços ou não de sua vida.

Lembre-se de que, mesmo a Fonte, quando ela sintetizou um corpo, há cem anos, pela última vez, era muito pouco conhecida em sua vida.

Nada escrito, nada organizado, ela não curou ninguém.

Ela estava, simplesmente, ali, simplesmente, presente, mesmo nessa ilusão.

Ela nada pediu e nada fez, no sentido em que você poderia entender.

Ela, simplesmente, esteve aí, durante um lapso de tempo.

Ele não reivindica qualquer filiação a qualquer corrente que seja.

Ele nada reivindica nem para si nem para o outro, nem para esse mundo.

Ele não é, no entanto, indiferente, mesmo se, ao olhar da pessoa, esse possa ser o caso.

Ele é, totalmente, ele mesmo e é, também, você, mesmo se você não o veja.

Você não pode, portanto, reconhecê-lo através de algo que você tenha vivido ou através de sinais ou de sintomas, ou através de uma manifestação qualquer.

Simplesmente, o que se solta dele nada tem a ver com um aspecto físico ou com um elemento de natureza emocional.

Ele está, no entanto, aí; ele continua, no entanto, aí.

Ele pode brincar com uma criança.

Ele pode tudo fazer, mas antes de tudo, ele é «Tudo».

Um Liberado Vivo nada procura, nem para ele nem para o outro.

Mesmo se ele utilize palavras, suas palavras nada são sem sua Presença.

O Liberado Vivo deixa-se – para a pessoa, aquele que o olha como pessoa – portar pela Vida, ele se deixa conduzir pela própria Vida.

Ele não é mais uma pessoa, mesmo se ele esteja em uma pessoa, sujeito, aliás, às condições dessa pessoa ao nível da evolução desse corpo, ou seja, seu lado efêmero.

Mas ele não o é.

Ele não joga mais em qualquer campo de experimentação da consciência.

Não é, mesmo, necessário, para ele, jogar com os poderes místicos, aliás, ele foge disso, como da peste.

Tudo o que seria evocado diante dele de noções de causalidade, de explicações para a pessoa nada quer dizer e nada representa.

Sua Presença é bem mais importante do que suas palavras, porque ele é o Liberado Vivo.

Ele é ignorante de todos os conhecimentos, mesmo se ele os tenha percorrido anteriormente.

Ele sabe muito bem o valor relativo de todos esses ensinamentos, que nada valem em relação à Verdade e que não conduzirão a lugar algum, e, sobretudo, não à Liberação.

Lembre-se de que o Liberado Vivo, a um dado momento, aceitou tudo perder e tudo soltar, em qualquer circunstância que fosse, material ou espiritual.

É sua rendição sem condição ao que ele é, na eternidade, que fez dele o que ele percebeu e o que o identifica como Liberado Vivo.

Ele nada planeja.

Ele nada promete.

Ele não tem necessidade de manifestar qualquer energia, ele é, ele mesmo, a Vida.

Quaisquer que sejam as ocupações de sua pessoa na sociedade ou no mundo, ele não é isso e ele sabe.

Ele é, portanto, liberado de todo medo de julgamento.

Ele é liberado do bem fazer ou do mal fazer.

Ele faz, simplesmente, o que ele deve fazer, não porque ele tenha decidido fazê-lo, mas porque a Vida propõe a ele.

Ele nada procura, nem explicações, nem justificações.

As experiências, mesmo as mais místicas, transcendentais e reais, não têm, para ele, qualquer interesse, o que não quer dizer que ele não tenha passado por ali, mas, simplesmente, que ele superou e transcendeu tudo isso.

Ele está pronto a perder sua vida, sem dificuldade alguma.

Ele aceita sua morte com uma grande alegria.

Ele não depende de qualquer olhar, de qualquer sistema.

Ele come se tem vontade, ele não come se não tem vontade.

Não ele, como Liberado Vivo, mas ele escuta, simplesmente, o que demanda o corpo e o que lhe demanda a Vida, em qualquer circunstância.

Ele não faz, jamais, escolha, e ele é, no entanto, alguém muito decidido.

Ele deixa a Vida escolher para ele.

Ele abandonou toda vaidade de dominar e de controlar o que quer que fosse.

Porque a bondade emana, naturalmente, dele, ele não tem necessidade de impor-se o que quer que seja.

Se ele está no êxtase, ele estará no êxtase; se ele tem necessidade de comer, ele comerá; se ele tem necessidade de gritar, ele gritará.

Mas não é a pessoa que o manifesta e o diz. É bem além de tudo o que você pode compreender e conhecer e apreender disso.

Como dizia Bidi, viva-o, você mesmo, e você saberá.

Como dizia Irmão K: atravesse o rio do conhecido para ir ao desconhecido.

Nada há a dizer disso, porque cada palavra que você poderá explicar em relação ao Absoluto nada quer dizer para aquele que está na pessoa.

Quaisquer que sejam os discursos, qualquer que seja a tradição de que ele é oriundo, isso tem apenas pouca importância.

Mesmo se ele tenha necessidade de vestir suas palavras do meio no qual ele se exprime, ele não é enganado, tampouco, pelas palavras que ele emprega.

Portanto, você não pode reconhecê-lo a partir do ponto de vista da pessoa.

E, eu diria, mesmo, que é ainda mais difícil reconhecê-lo a partir do ponto de vista do Si, porque o Si tem a ele, tem à Unidade, tem à Luz Branca e deseja permanecer nessa paz suprema sem ir mais longe.

O Liberado Vivo sabe que, mesmo a Morada de Paz Suprema, quaisquer que sejam as vantagens, os trunfos e as manifestações, nada mais representa para ele.

Mesmo se ele possa ser chamado pela vida a revivê-la, a manifestá-la, isso não representa para ele, real e concretamente, qualquer interesse.

Ele não é, no entanto, indiferente ao homem, ele não é indiferente ao que acontece na Terra, mas esses elementos não têm qualquer impacto sobre ele e não podem fazê-lo desviar um milímetro do que ele é.

Você não pode, portanto, ter qualquer reconhecimento energético, você não pode ter qualquer reconhecimento do Liberado Vivo através de conceitos, de ideias ou de pensamentos, mesmo não, eu diria, através da percepção da energia que emana dele.

Simplesmente, por sua Presença, ele é capaz de levá-lo não para onde ele está, porque apenas você é que pode realizá-lo, mas ele pode, contudo, levá-lo à porta, de maneira mais direta, eu diria, sem perdê-lo nos meandros dos conhecimentos, quaisquer que sejam, tanto desse mundo como conhecimentos energéticos ou espirituais.


Ma Amanda Moyi
Outubro de 2015





Rendo Graças às fontes deste texto:
Traduzido para o Português por Célia G.
http://leiturasdaluz.blogspot.com.br
Extraído de:
http://mensagensdeamor.brluz.net
http://amorporgaia.blogspot.pt/2015/11/como-reconhecer-um-liberado-vivo-ma.html

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