quinta-feira, 27 de julho de 2017

Há algo fundamental para você, para o qual você está sendo convidado nessa vida, nessa existência.

 


Você nasceu para descobrir que nunca nasceu


Há algo fundamental para você, para o qual você está sendo convidado nessa vida, nessa existência. Essa é a razão pela qual você está aqui, nisso que nós encaramos como vida humana, nisso que nós chamamos de vida, nesse mundo. Você está aqui para uma única coisa: Felicidade! Apenas para isso! Felicidade é possível, é a única possibilidade real nesse mundo. Contudo, só é possível quando você está além dele. Enquanto sua visão for a visão comum, a visão de todos à sua volta, você estará numa interpretação equivocada daquilo que você está presenciando.

Essa existência é somente um show, mas um show que você não pode apreciar quando é cego. Você precisa de olhos para assistir a esse show, e a mente egoica veda tudo. A mente egoica coloca uma “cortina” entre você e a Realidade. Curiosamente, essa Realidade última é Você, mas a mente é a cegueira, e isso lhe incapacita de assistir a esse show. É isso que significa ser miserável, ser sofredor.

Você está aqui para acordar, o que significa poder assistir ao show e nunca mais estar na escuridão. A palavra Guru, na Índia, significa “Aquele que o faz perceber a Luz”, “Aquele que abre seus olhos”, “Aquele que tira você da escuridão”. O Guru é aquele que lhe dá olhos para ver, ouvidos para ouvir e coração para sentir a beleza desse show.

O que me traz aqui é a Compaixão, que significa esse movimento misterioso de alegria de poder assistir a tudo isso e compartilhar. O que traz você aqui é algo aí dentro que diz que a vida não pode ser só isso: nascer, crescer, virar um rapazinho ou uma mocinha, arrumar um namorado ou uma namorada, ficar noivo, casar, ter três, quatro, meia dúzia de filhos, criá-los, dar-lhes uma educação formal para que eles ganhem dinheiro e façam o mesmo que você fez… Depois esses filhos também casam, têm filhos, e você se torna avó ou avô, quando, então, já está com muitas rugas no rosto e caminhando para o túmulo.

Há algo em você que diz que a vida não é somente isso. Em meio a todo esse processo, há um profundo descontentamento, uma insatisfação, um medo, um vazio existencial e uma procura constante de preenchê-lo com coisas, viagens, entretenimentos e toda forma de prazer. Há algo dentro de você que sinaliza que deve haver algo maior que tudo isso. Esse “algo maior” é o que chamei de “show”. Na Índia, eles chamam de lila, a brincadeira divina, a brincadeira de Deus.

Identificado com a mente egoica, nesse sentido de separatividade, você está cego! Não pode desfrutar desse show, não pode enxergar essa brincadeira divina, não pode ver que tudo isso é apenas um sonho… um sonho divino, um sonho de Deus. Portanto, o que o traz aqui é que há em você uma insatisfação, um vazio, que nada do lado de fora pode preencher.

Você está aqui para desfrutar desse show. Há uma profunda e indescritível alegria em desfrutar desse show. Felicidade é o seu estado natural de ser: Silêncio! Felicidade é o seu estado natural de ser: Liberdade! Felicidade é o seu estado natural de ser: Consciência! Quando não há mais ego, não há mais sofrimento. O sofrimento está presente quando o conflito está presente, o qual está presente na “cegueira”, quando há escuridão. O conflito está presente quando há separação entre você e Deus. Quando há esse véu, há a ilusão do sentido de separatividade, e, então, há medo. Nessa separação, o conflito; no conflito, esse sofrimento.

Você está procurando por alguma coisa… nas coisas! E “alguma coisa” não está nas coisas! Essa “alguma coisa” que você procura está além do conhecido, além do tempo, além da mente. Em outras palavras, isso está além de relacionamentos. Você jamais vai encontrar o desconhecido no conhecido. O outro, as coisas e os lugares são o conhecido. Você não vai encontrar Felicidade, Paz, Liberdade e Amor no outro, nem em coisas e lugares do lado de fora. Só a mente separatista conhece esse lado de fora. Isso é parte dela. Sua Natureza Real é o desconhecido. Sua Natureza Real está além de tudo que está aparecendo do lado de fora. Só a mente procura o que é conhecido. Seu Ser não está buscando nada, não está procurando nada, não confia em nada, não aceita absolutamente nada como sendo real. Seu Ser está pronto, completo… Puro Amor, pura Felicidade, pura Liberdade, pura Sabedoria! O seu Ser é essa não conceitual Consciência, algo além do tempo, além do conhecido, além do corpo, da mente, dos objetos, das experiências, das sensações… além desse “mim” e desse “outro”!

Há um incondicional Amor autorrefulgente por detrás dos seus olhos. Seu Ser é autorrefulgente! Não há nada além Dele! Sua mente egoica está agarrada ao conhecido. Toda sua experiência de vida, nessa cegueira, está ligada a pessoas, objetos e lugares. É isso que o seu pensamento produz todos os dias. Sempre isso! O tempo todo! A sua mente está sempre ocupada, fazendo um barulho inacreditável. Ela é muito barulhenta e está sempre girando em torno de pessoas, coisas, lugares e da realização de um “eu” pessoal, nesse contato com objetivos, desejos, intenções, motivações… Tudo baseado em exterioridades. Dessa forma, você se mantém sempre pobre, miserável, dependendo de pessoas, objetos e coisas.

Seu Ser é autorrefulgente, carrega um brilho próprio e natural, atemporal. Pura Liberdade! A mente, condicionada a esse modelo comum, uma presa capturada por maya, pela ilusão, não consegue ver esse jogo, essa leela, essa brincadeira divina, esse show. Portanto, você está aqui para uma única coisa: desfrutar do Divino, desfrutar de Si mesmo, porque Você é o Divino — a criança brincando nessa manifestação. Na Índia, eles têm um nome para aquele que está, conscientemente, dentro desse jogo, dessa brincadeira, desse sonho. Eles chamam de Bhagavan. É aquele que não sofre, que vive como um Jivamukti; aquele que está liberto em vida!

Você é essa Presença, essa Consciência, esse Incondicional Amor, essa Liberdade, essa Felicidade… Não há absolutamente nada fora isso em você. Qualquer coisa fora isso, não é você, é parte da ilusão da separatividade. Você não é medo, desejo, depressão, mágoa, ansiedade, ressentimento, ciúmes, inveja… e por aí vai. É uma lista enorme! Você não é sentimentos negativos nem positivos. Você está além de tudo isso! Não tem alguém como você, porque não tem alguém aí. Você não é um ser único, você é o único Ser. Não sei se percebem a diferença… Você é o único Ser! Você é O que Eu sou, O que Ele é. Você é Tudo! Você é Nada!

Estar iluminado não é ver tudo iluminado, é só ser a Luz de tudo. Isso é Felicidade! Isso é estar além do nascimento e da morte! Isso é Consciência, Atemporalidade, Meditação! Você, em seu Estado Natural, é Meditação. Nada de se sentar de pernas cruzadas, cantar mantras, respirar de uma certa forma— isso não é Meditação, é prática de meditação. Meditação é o Estado Natural, fora do tempo. Não tem nada a ver com uma prática ou com silenciar o pensamento.

Este instante, agora mesmo, é Meditação, quando não há separação; quando não há “eu e você”; quando não há “eu e o pensamento”. O pensamento não é o problema. Os objetos são aparições e, também, não são problemas. Não há problemas!

Quando nos encontramos, o fazemos para você assumir Isso: a Verdade sobre quem Você é! Chega de histórias, crenças, condicionamentos, conceitos sociais, cultura, conhecimento… Podemos jogar tudo isso fora! Não serve! Aqui, a gente desaprende tudo. Você precisa desaprender tudo! Todo esse conteúdo não serve para nada! Vamos incinerar isso, colocar fogo nessas coisas. Você precisa apenas Ser… simples, natural, real. Dessa forma, o “fogo” está presente e você é Deus em sua brincadeira, brincando consigo mesmo! Pura Alegria!

Você nasceu para descobrir que nunca nasceu e, portanto, não pode morrer, não pode sofrer! Você não está nesse mundo! Esse mundo, esse show, essa brincadeira divina, é que está em você! 

*Transcrito a partir de um encontro online em 12 de Abril de 2017
Encontros online todas as segundas, quartas e sextas as 22h 
Para maiores informações de como participar clique aqui

http://marcosgualberto.blogspot.pt/2017/05/voce-nasceu-para-descobrir-que-nunca.html

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